Na última segunda, 25, professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) fizeram uma manifestação nas imediações da universidade pela suspensão do calendário acadêmico. Os docentes
estão em greve desde o dia 11 deste mês. A categoria pretendia entregar ao reitor o abaixo-assinado que solicita a convocação dos conselhos superiores pela suspensão do calendário acadêmico, mas não conseguiram ser atendidos.
O ato foi comandado pela Associação de Docentes da Uerj (Asduerj). Segundo a entidade, antes do ato ser iniciado, por volta das 13 horas, seis carros da Polícia Militar entraram no campus ocupando o espaço que seria usado pelos manifestantes, no campus Maracanã. De acordo com a assessoria de imprensa, como houve reclamação por parte dos grevistas, os policiais acabaram deixando o local após 20 minutos. Mas o ato foi acompanhado por quatro carros da 4º BPM (São Cristóvão).
A manifestação começou às 15 horas, e contou com cerca de 500 pessoas, incluindo os técnico-administrativos, que aderiram à paralisação desde o dia 19. Os alunos também deram apoio ao ato. Segundo o diretor da Asduerj, Bruno Deusdará, o grupo percorreu todo o trecho da Avenida 28 de Setembro até o Hospital Pedro Ernesto. O sindicalista informou, ainda, que mais da metade dos cursos está com aulas suspensas.
Para Bruno, faltam propostas por parte do governo, e também transparência em relação à comunidade acadêmica. "A Uerj, hoje, corre o risco de ter a pior dedicação exclusiva do país. Com este ato, conseguimos a visibilidade necessária para denunciar o que está acontecendo dentro da nossa universidade. Sempre que procuramos a reitoria, eles dizem que não há nada a declarar, quando ela deveria ser a responsável por convocar o conselho para discutir as principais questões", disse.
Segundo ele, a greve vai seguir com prazo indeterminado. Enquanto a categoria não conseguir uma negociação com o governo, as atividades de greve continuarão. "Daremos várias aulas públicas. Como nossa greve é de ocupação, aproveitaremos para debater questões como autonomia e democracia da universidade", disse Deusdará. As principais reivindicações dos professores são: aumento salarial imediato de 22% para a categoria, implantação do regime de dedicação exclusiva, além da suspensão do calendário acadêmico deste semestre.